segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Uma Crítica ao nosso egoísmo

trabalhadores globais não são racistas, porque não se ganha dinheiro sendo racista. Por Simon Kuper
Revista Superinteressante - 08/2007


O que ele quis dizer com isso? Que só não é racista porque isso não gera nenhum lucro? E como fica o respeito pelo próximo, é por essas e outras afirmações onde noto que o mundo vem ficando cada vez mais egoísta, e é por isso que devemos ver esse tipo de ação e não ficar calados diante delas, pois por mais diferentes que sejamos uns dos outros o que deve prevalecer é o respeito pelo próximo, e ainda temos que saber treinar nosso senso crítico e não engolir tudo que mídia nos oferece, sabendo diferenciar o que cabe o que não cabe diante dos meus princípios, pois ninguém é o dono da verdade. Outro fato que me intrigou aconteceu na minha sala de aula, na disciplina de Metodologia Científica, onde a professora nos expôs um texto que falava sobre as macabras experiências realizadas pelos cientistas nazistas e todas as conseqüências que elas tiveram, depois delas o que restou foi uma série de dados e algumas informações sobre essas diversas experiências que iam da dessecação de anões vivos para estudar o funcionamento de seu cérebro, até exposição de pessoas a baixas temperaturas para testar sua resistência, e para quem bem conhecem o regime nazista não resta dúvidas de que a maioria das vítimas eram judeus, além de homossexuais, ciganos e tudo que os arianos achavam ser a escória das raças. Diante desses fatos apresentados a reportagem tentava buscar adeptos de que os dados obtidos nessas experiências poderiam ser usados hoje para que os estudos atuais tivessem bases mais reais, ou seja que os experimentos não precisariam ser testados em ratos, pois já foram testados em humanos, alguns até chegaram a “lamentar” por isso não se r possível hoje. Diante disso começou o debate na sala, e por incrível que pareça as pessoas que inicialmente se manifestaram mostraram opinião favorável ao uso desses dados, boa parte das pessoas não sabiam o que pensar – fato, infelizmente, comum no ser humano diante de fatos contraditórios – e somente eu e outra colega nos mostramos categoricamente contra o uso desses dados. Os partidários a favor alegavam o fato do bem comum, ou seja, já que aquelas pessoas morreram mesmo, porque não usar esses dados, vai que minha vida dependa disso! Já eu fiquei mais contra ainda diante disso, e depois de muito bate-boca me manifestei e apresentei uma pequena frase exposta na reportagem de quatro folhas, foi o depoimento de uma judia que vive no Brasil e que entrevistada pela reportagem da revista para se saber sua opinião sobre o acontecido, fato que ela viveu na pele, porém a única resposta que obtiveram foram lágrimas. E onde eu quis chegar com isso tudo?
Enquanto a realidade de arianos x judeus aconteceu bem longe da gente, tanto histórico quanto geograficamente, nem notamos quantas conseqüências isso nos poderia nos trazer, assim observamos o fato do prisma que nos possa ser favorável, foi ai que argumentei que se essa brutal realidade acontecida com os judeus tivesse acontecido conosco ou com um de nossos antepassados com certeza não teríamos tanta certeza ao afirmar que esses dados e informações poderiam ser usados já “que todo mundo morreu mesmo”. Assim encerro com uma frase que diz: “Nenhuma idéia vale uma vida” (Música dos Titãs - Frase inspirada na citação de André Malraux: Uma vida não vale nada, mas nada vale uma vida.)

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